quarta-feira, 23 de março de 2011

Imagine. . . . . . . . .

























Hoje está mais difícil de respirar que ontem.
O ar está pesado.

Vemos as catástofres, as guerras, as crises na tv. Lemos detalhadamente nos jornais o caos mundial. Ouvimos na rádio os relatos de última hora em pleno terreno. E um dia. . .
Deixam de ser 'só' notícias.

O aeroporto de Trapani parece que está para ficar fechado por tempo indeterminável. Mais de uma centena de pessoas, de um dia para o outro ficaram sem trabalho. Famílias inclusivé. Uma cidade que vive do Turismo ficou sem portas de embarque, sem a expectativa diária de quem chega. Hoje o aeroporto estava sombrio. Chamei-lhe Aeroporto Fantasma.

Ligaram-me para estar no aeroporto de Trapani às 3:45 Zulu. Não há transportes públicos a essa hora. Taxi apenas (valor médio 30€). Levantou-se o Nuno uma hora depois de ter adormecido, para me ir levar ao aeroporto apenas. Após meeting e respectivo briefing com a crew um taxi esparava-nos para nos levar ao aeroporto de Palermo (100km). Um dia de trabalho por Itália (Roma - Veneza) e um regressar de taxi no final de um dia longo (mais 100km) ao Aeroporto de Trapani (respectivo Check-out e debrifieng). Mais uma boleia até Trapani... ora isto faz ao todo, um regressar a casa após 14horas. Incrível.

Ok. Difícil mas compreensível. Ninguém esperava que isto fosse acontecer.

PORÉM, a partir de amanhã, a nossa base provisória será Palermo oficialmente, ou seja, não nos dirigimos ao aeroporto de Trapani, mas sim directamente a Palermo. O que fará com que não haja mais transportes providenciados sem custos pela companhia.

A partir de amanhã, temos que fazer 200km por dia do nosso bolso. Quem tem carro é uma vantagem, porque taxi é uma média de 100€ para cada lado (impossível) e a opção dos transportes públicos é quase inútil, uma vez que os horários são apenas 4 e o preço não é simbólico. Ou seja... para quem não tem carro 'Ou arranjas boleia ou já foste!?

Juntámo-nos hoje todos os comissários da base com pilotos e co-pilotos para tomar uma posição frente ao panorama. Mas a questão é... se fazemos frente, somos despedidos. A empresa não precisa de nós como nós de um emprego. Somos números substituíveis e temos consciência disso. Reivindicar está fora de questão.
Iremos tentar organizar boleias todos os dias, dividir custos e esperar por uma resolução rápida!

Mas fora tudo isto...
Está tudo bem!! :)

Hoje...
O Sol brilha ... mas apenas lá fora.
Vamos ver se abrem as janelas entretanto.

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